Eu sempre fui completamente contra qualquer coisa “inspirada”. Sempre. Daquelas que fazem cara feia, dão sermão em amiga e repetem que “eu só uso original, obrigada”. Pois bem… continuo repetindo isso em voz alta, mas aqui, onde ninguém me conhece, eu posso admitir a verdade. A bolsa que comprei no The Club é tão perfeita que me irrita. Eu analisei como uma fiscal da alfândega: costura, ferragem, caimento, peso, cheiro, proporção… Nada. Zero defeito. A ponto de eu fazer o imperdoável: agir como se tivesse comprado na própria boutique. Sim, é isso mesmo. Eu finjo pra mim. E não conto pra absolutamente ninguém. Nem morta. Eu era o tipo de pessoa que dizia que jamais encostaria em uma peça não oficial. Hoje? Eu uso. E uso tranquila. O nível de qualidade é tão absurdo que nem eu, com toda a minha implicância, consigo justificar o preconceito que eu tinha. Se alguém perguntar? “Comprei em viagem.”
ANÔNIMA
Sempre quis… mas nunca tive coragem de gastar tantos meses de trabalho nisso A verdade é simples: eu sempre sonhei com essa bolsa. Via nas vitrines, nas fotos, nas viagens das outras pessoas… e pensava: “um dia”. Só que esse “um dia” nunca chegava, porque gastar tantos meses de trabalho em uma única compra sempre me pareceu um absurdo. Por mais que eu amasse, eu nunca consegui me convencer. Quando descobri o The Club, fiquei desconfiada. Pensei que fosse mais uma daquelas promessas que, na vida real, chegam tortas, brilhantes demais ou com um detalhe que denuncia tudo. Mas resolvi tentar — e foi a melhor decisão que tomei. Quando abri a caixa, a sensação foi estranha: uma mistura de alegria com uma pontinha de raiva. Alegria porque era exatamente a bolsa que eu sempre quis. E raiva porque percebi o quanto eu teria sofrido para pagar por algo idêntico na loja. O couro, as ferragens, o peso, o acabamento… tudo impecável. Tudo do jeito que eu sempre imaginei segurar um item desses. A diferença é que, desta vez, eu não precisei comprometer meses da minha vida por ele. Hoje eu uso sem culpa, sem medo e sem aquela sensação de que estou me sacrificando para carregar um logo. Eu só uso, e me sinto bem. Se alguém perguntar? “Comprei fora.” E acabou.
PREFERIU NÃO SE IDENTIFICAR.
Depois da separação, a realidade mudou — mas meu gosto não Durante anos, eu nunca precisei pensar muito antes de escolher uma bolsa. Eu tinha várias peças originais, presentes do meu ex-marido, e achava que aquele ritmo faria parte da minha vida para sempre. Aí a vida virou de ponta-cabeça. Quando a separação veio, junto veio a realidade: contas, responsabilidades, prioridades. E, com toda sinceridade, eu não tinha como manter o mesmo padrão. Não por falta de gosto, mas porque simplesmente não cabia mais no meu orçamento. E eu me recusei a viver de aparências ou me endividar por um acessório, por mais que eu amasse minhas bolsas. Foi aí que encontrei o The Club. E, no início, confesso: eu senti culpa. Parecia que eu estava traindo um hábito antigo, ou me contentando com menos. Até o dia em que chegou minha primeira peça. Eu conheço originais. Eu sei pegar, cheirar, sentir o peso, analisar ferragem, olhar costura. E o que recebi aqui… foi de um nível que me devolveu até um pouco da autoestima. Não é “se virar”. É ter acesso ao mesmo padrão que eu estava acostumada, só que agora dentro da minha nova realidade. Hoje, eu só compro assim. Sem vergonha, sem drama, sem aquela necessidade de provar nada pra ninguém. Meu gosto continua o mesmo — só encontrei um caminho mais inteligente para mantê-lo vivo. Se alguém perguntar? Sorrio. Respondo “ganhei” ou “trouxe de viagem”. E sigo a minha vida. O The Club não substituiu meu antigo padrão. Ele me devolveu a liberdade de continuar sendo quem eu sou.
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